O VSM (Value Stream Mapping, ou mapeamento de fluxo de valor) é uma técnica e um framework utilizado principalmente no contexto da melhoria de processos, especialmente na área de manufatura, mas também aplicável a outros setores, como serviços e desenvolvimento de software. O VSM permite visualizar e analisar o fluxo de valor de um processo ou sistema, desde o momento em que uma demanda é gerada até a entrega do produto ou serviço ao cliente final.
Quais as etapas do framework VSM e do mapeamento de fluxo de valor?
Identificação do Fluxo de Valor
O primeiro passo no VSM é identificar o fluxo de valor que será mapeado. Isso envolve entender o processo ou sistema em questão e identificar todas as etapas, atividades e fluxos de informação envolvidos na entrega do produto ou serviço.
Mapeamento do Estado Atual (Current State Mapping)
Nesta etapa, é feito um mapeamento detalhado do estado atual do fluxo de valor. Isso inclui a coleta de dados sobre tempos de ciclo, lead times, estoques, atividades de valor agregado e atividades que não agregam valor. O objetivo é ter uma representação visual clara do fluxo de valor atual e identificar oportunidades de melhoria.
Identificação de Desperdícios (Mudas)
Durante o mapeamento do estado atual, são identificados desperdícios ou “mudas” no processo. Isso inclui atividades que não agregam valor ao cliente, como espera, transporte excessivo, excesso de produção, entre outros.
Mapeamento do Estado Futuro (Future State Mapping)
Com base nas oportunidades de melhoria identificadas, é desenvolvido um plano para o estado futuro do fluxo de valor. Isso envolve a criação de um novo mapa que representa como o processo ideal deveria funcionar, com ênfase na eliminação de desperdícios e na otimização do fluxo de valor.
Plano de Ação (Action Plan)
Uma vez definido o estado futuro desejado, um plano de ação é desenvolvido para implementar as mudanças necessárias. Isso pode envolver a reorganização do layout, a implementação de novas tecnologias, a revisão de políticas e procedimentos, entre outras ações.
Tipos de desperdício que o VSM ajuda a evitar
O framework VSM se originou na metodologia/filosofia da gestão Lean e aponta a evitar os sete tipos de desperdício que podem acontecer em um processo produtivo:
- Superprodução: refere-se à produção excessiva, quando ainda nem se sabe se será necessário ou não produzir. No caso de software, se trata de alocar apenas os recursos necessários e suficientes para alcançar o resultado.
- Tempo de espera: são os atrasos, retrabalhos e tudo que possa prejudicar a eficiência das operações.
- Transporte: são os investimentos desnecessários em movimentações no processo produtivo.
- Excesso de processamento: é o excesso nos esforços de desenvolvimento, onde se investe tempo e recursos em funcionalidades ou soluções que não tem valor percebido pelo usuário final.
- Inventário: são itens, funcionalidades, recursos e materiais que estão já prontos mas aguardam uma ação e podem atrapalhar os processos.
- Movimento: representam mudanças de foco frequentes e desnecessárias na linha de produção. Pode se tratar de realocações imprevistas de profissionais, consumindo tempo em concessão de acessos, treinamentos, disponibilização de equipamento…
- Defeitos: problemas e erros no produto que necessitam de revisão e retrabalho.
O mapeamento de fluxo de valor é uma ferramenta poderosa para identificar oportunidades de melhoria e otimizar processos, permitindo que as organizações eliminem desperdícios, reduzam lead times, aumentem a eficiência e melhorem a satisfação do cliente. Ele fornece uma visão holística do fluxo de valor de um processo, ajudando as equipes a entenderem melhor como seu trabalho contribui para o sucesso global da organização.
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